UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA – JAGUARÃO
CURSO DE LETRAS – 6º semestre
Iracema Veleda Goulart
Um Homem Nunca Chora
José Craveirinha, in Babalaze das Hienas
Acreditava naquela história
do homem que nunca chora.
Eu julgava-me um homem.
Na adolescência
meus filmes de aventuras
punham-me muito longe de ser cobarde
na arrogante criancice do herói de ferro.
Agora tremo.
E agora choro.
Como um homem treme.
Como chora um homem!
Análise
Nos três primeiros versos o poeta fala sobre a inocência de ser uma criança, que acredita em heróis e tem uma visão destorcida do que é ser um homem e não sabe sobre sentimentos humanos.
Nos versos "Na adolescência/ meus filmes de aventura/ punham-me muito longe de ser cobarde/ na arrogante criancice do herói de ferro", o poeta retrata o adolescente no começo do entendimento da vida, do ser, que começa a questionar suas crenças.
O poeta, no presente, fala do como é ser um homem, é ter sentimentos, é chorar, é lutar. Craveirinha demonstra ter nervos, sentimentos. Um ser humano no pleno gozo da vida e suas aventuras e desventuras.
José Craveirinha, in Babalaze das Hienas
Zangado
acreditas no insulto
e chamas-me negro.
Mas não me chames negro.
Assim não te odeio.
Porque se me chamas negro
encolho os meus elásticos ombros
e com pena de ti sorrio.
O poeta deixa claro, neste poema que não se importa com a cor da pele. Diz um não ao racismo, comum em sua terra, nos versos "Zangado/ acreditas no insulto/ e chamas-me negro".
Parece estar caçoando dos racistas quando escreve "Porque se me chamas negro/ encolho os meus elásticos ombros/ e com pena de ti sorrio". Para ele, quem diferencia pessoas pela cor da pele age como uma criança que ainda acredita em heróis, e mesmo assim é capaz de diferenciar sorrisos e seus significados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário